"O ser humano não é somente um ser da natureza regido unicamente pelo instinto: tendo fome, lança-se sobre uma porção de comida. Ele é, principalmente, um ser de cultura, que o leva a moderar o instinto e a ritualizar o ato de comer, geralmente à mesa, junto com outras pessoas. A passagem do animal ao humano se deu exatamente quando nossos antepassados antropóides começaram a comer juntos com o seu grupo de convivência. Daí nasceu a comensalidade. Ela significa comer e beber juntos, expressão singular de nossa verdadeira humanidade".
Leonardo Boff Virtudes para um Outro Mundo Possível, volume III

Vinhos e bebidas a base de uvas

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Desde a antiguidade as uvas têm papel de destaque na alimentação humana, assim como o hábito de tomar vinho. No Brasil, graças à vinda de europeus, principalmente para o Sul do país, este hábito tem se tornado cada vez mais comum. Na Região Nordeste, é comum associar a ingestão de vinho à Semana Santa, por conta da tradição religiosa cristã, que inclui, sobretudo entre os católicos, o consumo intensificado de peixes, sobretudo o bacalhau. Além do “tradicional consumo” neste período restrito do ano, o Nordeste tem se destacado recentemente também pela produção de vinhos com alto padrão de qualidade, principalmente no vale do rio São Francisco.
Atualmente, a comunidade científica tem se dedicado a investigar os possíveis efeitos benéficos das principais bebidas a base de uvas: o suco e o vinho. De uma forma geral, tem-se verificado que o consumo moderado destas bebidas é benéfico à saúde. Uma molécula, denominada resveratrol, é naturalmente encontrada em sucos e vinhos (com maior concentração em vinhos do que em sucos e, entre os vinhos, maior nos tintos) e apresenta características antioxidante, antiinflamatória, antiviral, cardioprotetora e quimiopreventiva de câncer.
Outro fato que reforça a importância do vinho para a saúde de seus consumidores consiste no denominado “paradoxo francês”, que consiste na baixa mortalidade proporcional por doenças cardiovasculares entre os franceses (que consomem habitualmente grandes quantidades de alimentos gordurosos), quando comparada com a de outros povos; e qual foi a principal diferença observada? Os franceses consomem vinho no seu dia-a-dia, de forma constante, ao longo dos anos; é uma questão cultural, semelhante – guardadas as devidas proporções – ao consumo constante de café entre os brasileiros. E, para a “nossa sorte”, em uma amostra de 36 vinhos tintos, os vinhos brasileiros apresentaram maiores taxas de resveratrol do que vinhos californianos, japoneses, canadenses, portugueses e gregos, “perdendo” apenas para os vinhos franceses. Ressalta-se, contudo, que – para ser benéfico – o consumo do vinho tem que ser moderado (em pequena quantidade) e constante. Por conter álcool, recomenda-se que o consumo de vinho – assim como o de qualquer outra bebida alcoólica – seja coerente com recomendações médicas e a legislação de trânsito vigente.
Se você não tem ainda o hábito de degustar vinhos, seguem algumas dicas básicas: os suaves são mais facilmente apreciados por iniciantes; de uma forma geral, os tintos acompanham bem carnes vermelhas e os brancos carnes brancas.
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